Lembrei-me de si, vi a sucessão de fotografias e fiquei mais calma. Ouvi os elogios e comecei a sentir o sono a chegar. Foi por esta altura, pouco depois dos seus anos, que estão a chegar, foi por esta altura. A sua morte é ainda hoje das coisas mais mal resolvidas na minha vida. Eu que gostava tanto de ti. Eu que desde pequena tinha tanto orgulho nos mails que mandava, do trabalho, sem perceber que trabalho era essa.
Eu que brinquei com a barbie que me deu até perder o cabelo, a cabeça, até passar a ser um bocado de plástico. Eu que durante os dias me cruzo com pessoas e penso que felizes teriam elas ficado se se tivessem cruzado consigo. Esta empresa que ias ter tanto prazer a ajudar a tornar grande, este problema que não ia cruzar os braços até estar resolvido. E eu? E nós que nos dávamos tão bem. É hoje que é véspera de segunda e eu não consigo dormir porque penso em si. Na falta que me faz. Quero saber se ias estar orgulhoso de mim, se ias falar com os meus chefes sobre mim. Se as coisas teriam sido diferentes se há 7 anos não tivéssemos acordado com a notícia.
Não nos despedimos no fim da refeição, mas desta vez partiste logo.