Não, não vou pedir desculpa ao senhor do metro a quem pedi que se calasse. Foi isso mesmo, sentou-se ao meu lado com a mulher a dizer barbaridades. Eu em vez de lhe bater com o mala na cabeça - era a vontade que tinha - apenas lhe disse:
"Desculpe estar a incomodar, não fui capaz de não ouvir o que diziam. Vou-lhe pedir que não o repita até ao final da viagem, a não ser que queira discutir o tema. Sabe o senhor tem direito a dizer o que quiser, menos insultar. E o que está a fazer é punível por lei."
Foi mais ao menos assim, esperei ser insultada. Não fui. O casal olhou para mim com um ar reprovador, levantou-se e saiu na estação seguinte.
Fi-lo por mim, mas principalmente pelo rapaz - criança ainda - que ia sentado à minha frente. Ouvia a conversa à medida que o punho se ia fechando,depois já os olhos tentavam fugir e o pé não parava de bater a um ritmo frenético no chão. Sorriu para mim, e quando saiu disse um engasgado obrigado.
Não precisavas de me ter agradecido.
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