terça-feira, 3 de maio de 2016

Obrigada

 Deste-me uma barbie. Eu devia ter para aí seis ou sete anos, não sabia bem quem eras. Eras alguém que namorava com a minha prima, que tinha vindo aos meus anos e que me tinha dado uma barbie. Porreiro. Tinhas um carro fixe e deste qualquer coisa ao meu irmão que não o calou, não percebia bem para que tanta algazarra se eu é que tinha ali uma barbie mesmo mesmo gira. Abri aquilo para mim era só uma caixa de cartão que protegia o rico tesouro que era uma Barbie nova ainda com os sapatos por perder e o cabelo sem riças. Conseguiste em menos de dois segundos deixar de ligar a barbie que passou a ser só um bocado de plástico, e ver naquela caixa de cartão uma caixa de pandora que se transformava em tudo quando queríamos e sonhávamos.

Eras assim, quem tinha sonhos tornava-os realidade com a tua ajuda. Brincávamos com os teus olhos grandes e as tuas orelhas ligeiramente saídas, só podiam ser assim os olhos de quem via mais que os outros e as orelhas de quem tinha a capacidade de ouvir o mundo. Hoje voltei a ler o teu nome escrito pelas mãos de alguém faz do empreendedorismo vida. É tão bom sempre, sempre tão bom. Nunca o li, ouvi e disse que não fosse dito por alguém que se põe em bicos só por se lembrar de ti, mesmo que tu enorme tivesses o dom de tornar toda a gente gigante. 

Obrigada. Obrigada. Obrigada para sempre. Sempre obrigada

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