quinta-feira, 17 de julho de 2014

PARABÉNS A DUPLICAR MJ

Odeio tanto quanto adoro esta coisa que inventei de dar os parabéns aos meus amigos pelo blog. Odeio porque nunca o faço a tempo, porque às vezes o tempo que separa o aniversário do amigo em questão da altura em que me lembro de escrever. Adoro porque hoje em dia é muitas vezes o que me obriga  a escrever com alguma regularidade no blog que infelizmente tem ficado para segundo plano.

Nesta fase do campeonato já tenho tantos aniversários em atraso  que mesmo que escrevesse um por dia até ao final do mês acho que não  conseguia parabenizar todos os meus  fofinhos. E o blog ia tornar-se a maior seca de que a blogosfera tem memória... E atenção que eu sou uma fervorosa acompanhante das discussões "deve-se ou não bater nas crias" no Pais de Quatro. Desta forma decidi juntar os anos da minha MJ ao elogio publico que lhe quero fazer pela coisa maravilhosa a que assisti ontem.

Primeiro devo dizer que sou uma fã incondicional de teatro, segundo quero dizer que sou uma fã incondicional da MJ e que estes dois em conjunto provocaram em mim um calafrio, um arrepio uma ansiedade, como se da minha própria estreia se tratasse.

Não está a ser fácil escrever este texto. A MJ conhece o blog, é a única dos meus amigos. Em tempos foi uma leitora assídua e eu não quero estar a escrever para ela ler. Eu escrevo porque é verdade. E vou tentar esquecer-me que há uma possibilidade de ela estar desse lado, enquanto eu falo sobre ela neste.

Conheci-a no básico. Na altura ela não gostava de mim. Depois no décimo ano tornámos-nos colegas de turma. Ela queria ser bailarina, eu queria ser jornalista. Não sei bem quando nos tornámos amigas. Não me lembro do dia em que me apercebi que ela era uma das pessoas mais importantes da minha vida. Mas lembro-me do dia em que ela soube que não podia ser bailarina, em que o mundo dela se ia colapsando a seus pés. Lembro-me do dia em que o meu tio teve um ataque cardíaco e foi a ela que eu recorri. Depois lembro-me de tudo... Dos risos, das zangas, dos nervos nas candidaturas à faculdade. Lembro-me das férias de verão, das saídas, das tardes de estudo, das conversas debaixo de uma manta com uma chávena de chá na mão... Lembro-me de tudo, todos os dias. E não quero esquecer. Nunca.
 
Tenho em relação à MJ uma atitude muito maternal que eu não percebo de onde vem, nem como começou... Tenho medo por ela. Que não esteja preparada, que se magoe, que bata com a cabeça na parede. Tenho medo pelo futuro dela. Depois de a ver ontem percebi que lhe está destinada uma vida de sucessos. Mas tenho medo, medo que não saiba percorrer o caminho que lhe está destinado. Que se meta por atalhos ou por curvas cotovelo. Que pare para abastecer e se esqueça de continuar.

Mas esta viagem faz parte. É uma viagem que só ela pode fazer. E, se leres isto, sabes que tens aqui uma porta para quando houver nevoeiro no caminho. Ontem antes da peça falava com a diretora da escola dela, partilhamos alguns medos. Agora deixo aqui o que ela te deixou:

"Agora que tens asas, lembra-te de as usar.", Patrícia Vasconcelos 

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