domingo, 22 de março de 2015

Enfant terrible

Há qualquer coisa de adolescente em mim. Às vezes sinto que sou a mesma menina que sai de casa a querer fazer uma tatuagem, rastas e a furar o corpo em sítios vários. Não que gostasse assim tanto, mas melhor que tudo:os meus pais odiavam. Às vezes sinto que tenho que continuar a fazê-lo, sair de casa com a ideia de tomar uma decisão apenas porque os pais não gostam. 

Fui uma aluna media, arranjei estágios, nunca me desviei do caminho. Mas quero ser rebelde, dona de mim e intransigente. Quero ter uma fama, mas não lhe tenho o proveito... Ser dissidente, reacionária, acreditar no contrário e professar a teoria do falhar. Mas não, estou aqui sentada a escrever uma tese que provavelmente vou entregar dentro dos prazos e na qual vou ter boa nota.

Como é possível ser rebelde desta forma? Da mesma forma que o foi romeo e Julieta, da mesma forma que o foi Hamlet para a mãe Gertrude. Tudo com menos amor e paixão, mas as minhas escolhas masculinas são sempre aquelas que os meus pais mais odiariam. E às vezes é como as rastas "eu nem gostava assim tanto delas". Ao contrário das rastas que exibi em sinal de despeito aos meus pais, os rapazes escondo-os dentro da algibeira com um sorriso e uma sensação de dever cumprido que só a mim me permito. 

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